Nódulo de tireóide: do diagnóstico ao tratamento

Fábio Girardi traz Informações importantes sobre nódulos de tireóide
"O médico Fábio Girardi traz Informações importantes sobre nódulos de tireóide"
A presença de nódulos na tireóide é muito comum. Sua frequência varia de acordo com o perfil da população e com o método que utilizado para fazer o diagnóstico. Se fossem realizadas ultrassonografia na região cervical de todos os indivíduos, até 30% das pessoas poderiam ser diagnosticadas com nódulos de tireóide. Em mulheres de meia idade, esse número poderia aumentar para mais de 50%, em algumas regiões. O surgimento dos nódulos tem forte relação com alterações de oferta de iodo na dieta, presença de alterações hormonais e histórico familiar de patologias da glândula tireóide.
 
A maioria dos nódulos encontrados é benigna. Apenas entre 5-10% dos nódulos diagnosticados têm confirmação de câncer de tireóide. Usualmente a ecografia cervical e a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) são os exames necessários para investigar e auxiliar na distinção entre nódulos suspeitos para malignidade e processos benignos. A partir da história clínica, o exame físico do paciente e os exames acima mencionados o médico poderá definir a melhor conduta em cada caso. Casos indeterminados, confirmados ou fortemente suspeitos para câncer inevitavelmente acabam indo a tratamento cirúrgico. Os demais, na maioria das vezes, podem ser seguidos com exames de controle periódicos.
 
O tratamento dos nódulos de tireóide, quando necessário, é a tireoidectomia: a retirada de parte ou da totalidade da glândula tireóide. O acesso normal para a cirurgia é por via cervical, com incisão na porção inferior do pescoço, sob anestesia geral. Como toda cirurgia, a tireoidectomia também tem riscos específicos ao procedimento. A decisão pela cirurgia sempre deve levar em conta a necessidade de realização da mesma e o risco inerente da técnica, embora atualmente o pós-operatório costume apresentar baixo índice de complicações.
 
O câncer de tireóide na maioria das vezes possui bom prognóstico. Mais de 90% dos pacientes atingem cura da doença. O tratamento desses casos nasce de uma cooperação entre o cirurgião e o endocrinologista. O tratamento cirúrgico é o padrão ouro para esses casos, com pequenas diferenças em relação ao tratamento dos nódulos benignos. O cirurgião de cabeça e pescoço é o profissional mais habilitado para a realização dessas cirurgias. Alguns casos necessitam complementação de tratamento, que normalmente se dá com a utilização de radioiodoterapia. Quimioterapia e radioterapia são reservados para casos de exceção, normalmente entre estágios mais avançado de doença.
 
Não há nenhuma rotina ou aconselhamento preventivo para o câncer de tireóide. Atualmente o sal de consumo diário é iodado e não há indicação de reposição de iodo alimentar para a população em geral. Não existe indicação de exames de imagem rotineiros para todos os pacientes, visto a alta prevalência de nódulos benignos e baixa agressividade da doença. Caso verifique o surgimento de um nódulo na região da tireóide, mantenha a calma, procure seu médico e investigue. Lembre-se que na maioria dos casos você sairá da consulta com boas notícias.
 
 
Dr. Fábio M. Girardi  – Cirurgião de Cabeça e Pescoço.
Integra o Corpo Clínico do Hospital Ana Nery e atua no Centro de Oncologia Integrado (COI) da instituição.
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